segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A arte dos escambos


O caboclo, na essência das colônias, inovou no serviço e sustento. O ensino, na baixa instrução (empírica e escolar), contribuiu no amargo do ofício. O escambo, em banais trocas, advinha entre amigos, forasteiros e vizinhos. O capital inicial, na auferida herança, adveio na casa e terreno. A fortuna, no consecutivo, viu-se repassada em permutas (de animais, obséquios e veículos). As negociatas, em melhores e preciosas horas, “absorveram estada nas ruas”. As conversas, em comércios, achegavam-se nos convívios (dos botecos e mercearias). O ente, no chegado do “vício do ofício”, “alocava pé-na-estrada”. A sequela, no efetivo retorno material, sucedeu na infeliz e prévia falência. As trocas, no decurso dos câmbios, delapidaram e subtraíram riqueza. O arranjado mercador, no desfecho, achegou-se na morada do estimado tio. A petição, na sobra (de “pato debaixo do braço”), foi em residir no favor. A baixa ciência, na aptidão mercantil e monetária, aflui na aflição do corpo e penúria material.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://mimpiaz.com/

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