domingo, 27 de dezembro de 2015

O enigma das benzeduras


A mão invisível, nas leis naturais do Criador, perpassa a imensidão do universo. A fé, nos desígnios divinos, transcorre em assombros e milagres. As benzeduras, na população colonial, incluem-se no rol das obras e mistérios. Os incuráveis, na analogia de milagres, lavraram incompressíveis alívios e saras.
As pessoas, na extensão da confiança, trazem mediação da astúcia. Os mistérios, no parto humano, evadem da compreensão do raciocínio.
As benzeduras, na imigração, acorreram e difundiram-se entre pioneiros e sucessão. As causas, entre múltiplos, ligam-se as amplas distâncias, carência de médicos, falta de recursos financeiros, ineficiência da medicina... As promessas, apesar dos avanços da globalização e tecnologia, induzem na sobrevivência da prática. O sobrenatural, no entendimento de múltiplos, acha-se alheio as avaliações e comprovações da ciência.
As origens, na benzedura, remontam aos povos bárbaros. A conversão, no cristianismo, introduziu seguramente aprendizado. O processo, no provável, ocorreu na Idade Média (476-1453). O método, no meio rural, foi introduzido pelos imigrantes. As estirpes, no interior das linhas, continuam no aderir e requerer préstimos. A evolução, na difusão dos postos de saúde, motiva redução. Os novos, no cunho da ciência e técnica, renegam místicos.
A bênção, na instituição igreja, costuma ser abarcada como iniquidade. Numerosos clérigos, no banal, aferem apatia e ignorância. Os médicos divisam concurso em lucros. Outros, no combate das mazelas da essência, chegam indicar fórmula sobrenatural. Os curandeiros, na discrição, processam apelo às instâncias divinas. Os receios vinculam-se as confusões com instituídas autoridades. A literatura, no diário do exercício, desconhece descrições e estudos.
A benzedura, no exercício dos laicos, consiste em apelar às instâncias da Santíssima Trindade. O Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, no socorro, verificam-se chamados na função de agirem na doença. A prece, na inabalável fé, complementa atuação e decorrência. As alusões, no alento e origem do exercício, ligam-se ao próprio Jesus cristo. Deus Homem, na situação dos milagres, externava na síntese: “A tua fé te curou” (do acharque no Deus Pai).
Os médico-feiticeiros, na execução do ofício, precisam alimentar uma psique clara e forte. A força, na confiança e exemplo, precisa sobrepor-se ao impetrante. O resignado, no fruto, precisa alimentar igual fé (na cura). A descrença, no provável, conduz na ineficiência e perda de tempo. O conveniente, no intervalo de semanas, consiste em fazer três consecutivas apelações/invocações. O fato, na gravidade do mal, liga-se na dezena de procedimentos.
A minudência, na educação, liga-se a prática ou técnica. A tradição oral, no seio das famílias benzedoras, versa na instrução aos sexos opostos. O exemplo dar-se-ia do sexo masculino informar ao feminino e vice-versa. O ensino, entre análogos, brotaria na ineficiência das apelações. A ciência empírica, no conjugado do método, teria abonado tal acepção. O atraente, na manha da ciência, liga-se na transferência de mãe para filho ou pai para filha.
A fama, no curandeiro, difunde-se na paisagem. As linhas, no peculiar da confissão protestante, alimentam afamadas e assentadas benzedores (ras). A conversa informal, no velado, costuma divulgar ações e assombros. A afluência, na dimensão dos efeitos, diminui ou multiplica público. Umas esporádicas ocorrências, na medicina oficial, incorreram nos enigma da cura. O apelo final, no paliativo ou reforço (em final feliz), sucedeu na bênção.
O instituído, na cátedra do dom divino (profissionais leigos), incide na abstinência de requisição de despesas. Os afazeres, no médico-feiticeiro, sobrevêm no serviço voluntário. O dinheiro, no entrelaçado, acertaria na ineficiência das faculdades sobrenaturais. A dádiva divina, no amor ao próximo, perece na cotação financeira. O sarado, na magnitude dos derivados, dispende mimos. O desígnio, no bom grado, repara dispendida energia e tempo.
A população, no interior das linhas, avulta algum dotado. O habitual, no tempo, falece no ofício. Outro ente, no exercício, aparece estabelecido no cargo. A carência, no amparo médico, gradua busca e socorro. Os doentes, na agonia, apelam às alternadas saídas. Os sobrenaturais, na assistência, incluem-se no todo. As finanças, no ônus de dilatados curas, colaboram na cata. Os apelos, no elementar, subsistem em recorrer aos recursos próximos. 
As patologias, no tratado habitual, recaem em asmas, erisipelas, verrugas... As indisposições d´alma e maus olhares somam-se na precisão da ativa e boa bênção. O apropriado, na ativa ação, consiste em conciliar com chás e ervas.
As opiniões, na abstinência ou requisição, divergem sobre emprego dos serviços. A fé, no seio das famílias e pessoas, determina procedimento. Os resultados efetivos, no banal, respaldam-se no ente supremo.
A benzedura, dentro da medicina caseira, afronta negócios milionários. Os agentes da saúde, em instituído do sistema econômico, castram farmácias, fiscos, laboratórios, profissionais... Os entendidos, nas mazelas humanas, apontam interferência do sobrenatural. Os laicos, no enigma, vislumbram ação e mão divina. A natureza, no cerne da criação, abriga faculdades e forças alheias ao julgamento e razão humana.

Guido Lang, Fragmentos da História Colonial, Jornais NH e VS.
(Novo Hamburgo e São Leopoldo, dia 14 e 15/07/1990, texto reescrito, dez/2015).

Crédito da imagem: http://www.astrologosastrologia.com.pt/

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

O Recanto dos Mucker


A extensão, na atual Boa vista Fundos/Teutônia/RS, correspondia a partes das Picadas Catarina e Boa Vista (na então Colônia Teutônia). A linha, no afluxo de povoadores da Colônia Alemã de São Leopoldo, recebeu peculiar vulgo. O Recanto dos Mucker, nas conversas informais, ligava-se aos boatos e linhagem dos desbravadores.
Os pioneiros, nas pessoas de Jacob Lang, Friedrich Kussler, Adolph Eggers, Jacob Dockhorn, cultivaram amizade e granjeada influência. O pastor leigo João Jorge Klein, na atuação na Picada Café e Picada Quarenta e Oito/Colônia Alemã de São Leopoldo, tornou-se posterior “mentor intelectual” do movimento da Jacobina Mentz e João Jorge Maurer (líderes).
O religioso, na condição de ativo e bom pregador, intrigava membros e residentes. As famílias, no vislumbre da iminente tragédia no Episódio ou Movimento dos Mucker (1874), trataram de comerciar lotes e procurar novas paragens. Os morros, no elevado e excessivo (Picada Café), formaram outro ensejo do abandono e transferência aos novos ares.
A Boa Vista Fundos, em 1872, mostrou-se a terra prometida. O solo fértil, no baixo aclive e preto, fora chamado e encanto. A cobertura, em exuberante mata, conferiu-se sinal da ardente fecundidade. As belas referências, na possessão particular, externaram chamarisco e negócio. A Colônia Teutônia, numa década de ocupação, viu-se uma pérola da conquista.
As encanecidas discórdias, na essência das migrações, foram trazidas as novas paragens. A história, no estilo das moradias, tratava de ausentar porta frontal. As casas, nos solares, advinham na saída lateral. O jeito, na versão das más línguas, externava passados obscuros. O duelo, na aceitação ou rejeição (Mucker), exaltava discursões e dividia opiniões.
Os coloniais, na ascendência e artifício do Hunsrück/Renânia, nutriam distinção. As famílias adorariam serem donas do oportuno bem e nariz. A morada, no cercado da aturada vegetação, mantinha-se idolatria e sinal. A paisagem, no pátio e propriedade, assinala abundância de mato. A apreensão e ofício, na essência, residem na comunidade e existência.
Os residentes, na herança, realimentam conversas e divergências entre clãs. As intrigas, no habitual, ligam-se as contendas de águas, caminhos, cobiças, concursos, criações, divisas, espólios... As mazelas, no incrustado do humano, delineiam-se nas artes e convivências. Muitos rurais, no anseio e fortuna, emanam como se fossem viver na imortalidade.

(Guido Lang, Fragmentos da História Colonial, dez/2015).

Crédito da imagem: http://gilneiandrade2.blogspot.com.br/

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

A instituição dos diretores


A sociedade colonizadora “Empresa Colonizadora Carlos Schilling, Lothar de la Rue, Jacob Rech, Guilherme Kopp & Companhia”, em Teutônia/RS, fazia-se representar pelos diretores ou intermediários. Os nomeados, no cargo honorário, podiam movimentar o negócio.
Os diretores, nas procurações, podiam assinar escrituras, fazer vendas de lotes, receber valores, dar posse e equitação aos compradores. Os poderes, em síntese, eram defender os interesses da sociedade. Teutônia contemplou os agentes: Lothar de la Rue  (1862-1968), Carlos Arnt (1868-1872), Oscar von Boronki (1872-1876), Jacob Kilpp (1876-1878), Roberto Júlio Paulsen (1878-1889) e Walter Wienandt (1889-1902).
Os diretores, no ambiente comunitário, advinham nas direções. As assistências, no interior das linhas, sobrevinham na condução aos prazos, concepção do contrato, instituição da infraestrutura... Os atuantes, na linha Glück-auf (atual Canabarro/Teutônia/RS), exerciam delegação e mando. A sede, na administração, funcionava na residência. Os sujeitos, no ofício, veneravam comércio (Carlos Arnt e Walter Wienandt).
As pesquisas, no Arquivo Público do Rio grande do Sul, admitem a localização de registro de nomeação. Segue, na íntegra, modelo: “Procuração bastante que fazem a Sociedade Carlos Schilling, Lothar de la Rue, Jacob Rech, Guilherme Kopp & Companhia: Saibam quantos este público instrumento de procuração virem, que sendo no ano do nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos setenta e dois nesta vila, digo, nesta sala no livro – cidade de Porto Alegre aos oito dias do mês de maio no meu cartório compareceram presentes Guilherme Joaquim Ach, gerente da Sociedade Carlos Schilling, Lothar de la Rue, Jacob Rech, Guilherme Kopp & Companhia reconhecido pelo próprio de mim tabelião e das testemunhas no fim assinadas perante as quais fazia seu bastante procurador a Oscar de Boronski a quem concedem os poderes especiais, para ele outorgante como se apresenta esse, possa administrar e gerir todos os negócios subtivamente a sociedade assinar referida, fazer venda de prazos coloniais, passar e assinar os referidos títulos, receber a importância das vendas, dar quitação e passar ao comprador e fazer tudo quanto interessar, digo, quanto entender em benefício dos interesses da mesma sociedade. Enfim, me pedirem lhes fizesse este instrumento que lhe li, aceitou e assina com testemunhas, reconhecidas por mim Antônio, por fim assinados pelo procurador mesmo... Barreto José de Freitas, Tabelião que subscreveu referida em público. Em testemunho os escrevi. Oscar von Boronski, Carlos Arnt, Constâncio Antônio Meirelles e João Frederico Renner”.


(Guido Lang, Fragmentos da História Colonial, O Informativo de Teutônia n° 66, dia: 03/11/1990, pág. 02). 

Crédito da imagem: https://www.versarehoteis.com.br/site/detalhe-cidade.asp?t=hoteis-em-teutonia-rs&idCidade=27

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

As companhias colonizadoras


A Colônia Teutônia, na história da privativa companhia colonizadora, conhece a compra das terras (em quatro e meia léguas quadradas). A obra atribuiu-se a “Empresa Colonizadora Carlos Schilling, Lothar de la Rue, Jacob Rech, Guilherme Kopp & Companhia”.
Os apontamentos, nos livros de notas, surpreendem em outras duas iniciativas no comércio imobiliário. As três empresas, na época de grande sucesso dos assentamentos, foram instituídas na capital da província. Os lucros, aos espertos sócios, foram razão das compras, medições e revendas dos sítios.
A ação elementar foi a “Empresa Colonizadora Carlos Schilling, Lothar de la Rue, Jacob Rech, Guilherme Kopp & Companhia”. A firma, em 1861, foi idealizada pelo negociante Carlos Schilling. O empreendimento adquiriu a maioria do território teutoniense. O sucesso, em bons lucros, ocorreu em 600 prazos coloniais e 20 linhas.
A “Sociedade Carlos Arnt e sua mulher Filippina Arnt, Henrique Bier e sua mulher Joaquina Rita Bier e Luiz Bier”, na acessória, foi responsável pela conquista da picada Neu Osterreich (Picada Áustria – atual Linha Brasil/Paverama/RS) e restrita área da Picada Brust/Herrmann (atual Germana Fundos/Teutônia/RS). Arnt, no convite, instalou colonos advindos da Boêmia (época Império Austro-húngaro/atual Rep. Tcheca).
Os pioneiros, na essência, foram Wenzel Reckziegel, Wilhelm Schauring, José Jantsch, Sigismundo Reckziegel, Estevão Jantsch, Stefano Keil e Josef Tischer. A sociedade foi constituída em 19/11/1881, tendo como procurador Carlos Arnt (Livro de Notas 03, pág. 31 do 1° Tabelionato de Estrela). O sucesso, no revendo de terras, incitou seguramente a organização da agência.
A “Sociedade Huch & Companhia” incumbiu-se de distribuir as terras da extinta Picada Huch (integrada na Picada Krupp/atual Linha Paissandu/Westfália/RS).
A “Firma Social Huch & Companhia” encarregou-se mormente da colonização da Picada Arroio Alegre (ignoro localização atual). O nome Huch seria citação de distinto negociante na capital. Roberto Paulsen constituiu-se como procurador. Os pioneiros, nas figuras de Nicolau Auth, Wendelino e João Henemann, foram clientes de prazos.
A colonização, portanto, careceu de ser obra exclusiva. Os aguçados lucros, no negócio imobiliário, levaram no provável a constituir as iniciativas. Empresários, na inércia do estado e inseridos no comércio, contribuíram na devastação da selva e europeização de linhas (com estirpes teutônicas).

(Guido Lang, Fragmentos da História Colonial, O Informativo de Teutônia, n° 64, 19/09/1990, pág. 02, texto reescrito).

Crédito da imagem: https://www.versarehoteis.com.br/site/detalhe-cidade.asp?t=hoteis-em-teutonia-rs&idCidade=27

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A conquista da Linha Nova Áustria (Paverama/RS)


Nova Áustria, designação original da Linha Brasil/Paverama/RS, aconteceu a partir de 1873. As quatro famílias, na laia de pioneiras, advieram da Boêmia/Império Austro-húngaro. As bases, no instituído da colonização, permeiam organização e vivência comunitária.
As estirpes, graças ao comerciante e industrial Carlos Arnt, afluíram à região. O arrojado, no caminho por Porto Alegre, encontrou os imigrantes austríacos. As conversas, no convite, advinham da fértil terra e tensa selva. O diretor Arnt, na “Sociedade Carlos Arnt, sua mulher Filippina Arnt, Henrique Bier e sua mulher Joaquina Rita Bier e Luiz Bier”, versou em comercializar os prazos.
Os primórdios, na primeira leva, iniciaram com Wenzel Reckziegel, José Tischer Sênior, José Tischer Filho e Guilherme Schaurich. A colonização, na instalação, iniciou na Germana (Fundos) da Colônia Teutônia. O núcleo colonial, na proporção do afluxo de novas linhagens, transferiu-se ao centro da linha/picada. A capela “Sagrado Coração de Jesus”, em anexo ao cemitério (católico), complementou-se com escola comunitária. As plataneiras, na intersecção de estradas, instituem-se na insígnia da conquista.
Os pioneiros, na legalização das terras (conforme 1° Tabelionato de Estrela), foram os pioneiros José Jantsch e Wenzel Reckziegel. Registra-se: “... José Arnt e Filippina Arnt... foi-me dito que vendem de hoje para sempre ao sobredito José Jantsch um pedaço de terra nesta Colônia da Picada Áustria com cem braças de frente e quinhentos mais ou menos de fundos, estreitando-se para o fundo onde tem 64,5 mais ou menos de largura e se divide pela frente com terras da Colônia Santa Manuela, pelos fundos e ao oeste com esta Colônia de Teutônia, e pelo leste com terras dos mesmos vendedores, que vendem pelo preço de 800.000 réis... em 01/11/1882, na Colônia Teutônia, Termo de Estrela, onde eu tabelião foi vindo, ali em presença das testemunhas” (Notas 3, pág. 30-31).
Escritura de venda de meia colônia que fazem Carlos Arnt, sua mulher e outros à Wenzel Reckziegel como se declara: ...em 01/11/1882... a Sociedade Carlos Arnt, sua mulher, Filippina Arnt, Henrique Bier e sua mulher Joaquina Rita Bier e Luiz Bier... meia colônia na Picada Áustria com 100 braças quadradas de frente e 500 de fundos, se divide pela frente com terras da Santa Manuela, pelos fundos com a Picada Catharina e terras do comprador e ambos os lados com terras da vendedora, por um conto” (Notas 3, pág. 31).
Outros compradores foram: Sigismundo Reckziegel, em 22/06/1886, área de 75 braças de terras de frente e 500 de fundos e localizando-se 25 braças de frente da Colônia n° 1 e 50 braças de frente da colônia n° 8, confina pela frente com a dita Picada Áustria, pelos fundos ao norte com terras de Wenzel Reckziegel e pelo leste e oeste com terras dos vendedores (Notas 13, pág. 31 do Cartório Estrela – Languiru Vila).
Estevão Jantsch, em 22/06/1886, área de 75 braças de terras de frente à Picada Áustria e 500 fundos, sendo 50 braças de frente da colônia n° 8, e 25 braças de frente da colônia n° 9, e confina pela frente com a dita picada, pelo fundo ao norte com terras de Wenzel Reckziegel, pelo leste com terras dos vendedores, e pelo oeste com terras de Sigismundo Reckziegel (Notas 13, pág. 31-32 do Cartório Estrela – Languiru Vila).
Wenzel Jantsch, em 07/11/1891, área de 50.000 braças quadradas, confronta-se a norte com terras do comprador, sul com Francisco Keil, leste com a Colônia nº 01 da Santa Manuela e oeste com terras de Wenzel Tonneney (Notas 04, pág. 68 do Cartório Estrela – Languiru Vila).
A legalização das terras, portanto, ocorreu a partir de 1882. Os colonos boêmios, apesar da intensa seca (1874), tinham alcançado prosperidade. A colonização, em 1873, iniciou com Wenzel Reckziegel, José Tischer (Pai) e José Tischer Filho, Guilherme Schaurich (famílias originárias de Johannesberg). Outras famílias, em 1876, afluíram para concluir o processo de ocupação.

(Guido Lang, Fragmentos da História Colonial, novembro/2015).

Crédito da imagem: http://novafriburgo.rj.gov.br/

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Os primeiros clientes dos prazos coloniais (Colônia Teutônia/RS)


Os Livros de Notas, no Cartório de Taquari (conservados no Arquivo Público do Rio Grande do Sul), lista os primeiros fregueses dos lotes rurais. Os pioneiros, na Colônia Teutônia, custeavam os encargos na proporção do progresso das produções e poupanças familiares.
A relação, no comparativo do Livro Caixa da Empresa Colonizadora, identifica afluxo e instalação dos precursores. O historiador, na pesquisa, precisa ter em mente os empecilhos da época. As estirpes, na primeira ocasião, tiveram todo tipo impedimentos no assentamento.
A firma, na “Empresa Colonizadora Carlos Schilling, Lothar de la Rue, Jacob Rech, Guilherme Kopp & Companhia”, alargou prazos de custeio. As famílias, no geral, devastaram domínios e saldavam na extensão da produção. A faina, na força do braço, fazia-se no sol a sol.
A legalização, em custeios de cartório e empresa imobiliária, absorvia as parcas economias.  O diretor, no procurador, constituiu-se no emissário oficial. O funcionário, na sede em Glück-auf (Canabarro), arrecadava e repassava os valores aos donos da sociedade particular.
O registro, na subsequência, transcorreu:
Ano de 1863: Cristiano Schwinger.
Ano de 1864: Conrado Schwinger.
Ano de 1866: Almândio Dickel.
Ano de 1868: Francisco Antônio Machado.
Ano de 1869: Pedro Michel, Nicolau Streher, Ernesto Güntzel, Bernardo Roberto Greuner, Alberto Schüler, Nicolau Röhrig, Jacob Franck, Daniel Franck, Guilherme Brust, Abrão Heinrich, Frederico Genehr e Ernesto Hachmann.  
Ano de 1870: Henrique Jung, Guilherme Greve, Frederico Schneider, Adão Zimmermann, Cristiano Zimmermann, Jacó Arnt, Ernesto Hunsche, Guilherme Schonhorst, Frederico Etgeton, Frederico Markus, Julião Baungarde, Jacob Scheiermann, Guilherme Hachmann, Carolina Hauenstein, Gotlieb Borgardt e Miguel Schwingel.
Ano de 1871: Frederico Lautert e Henrique Lautert.
Ano de 1872: Guilherme Prass, Conrado Flech, Cristiano Schneider, Carlos Fries, Jacob Gulach, Jacob Dockhorn, Jacob Lang, Frederico Bohmberger, Conrado Loose, Frederico Kussler, Adolfo Eggers, Carlos Arnt, Carlos Frederico Voges, Manoel Lautert, Frederico Lautert, João Henrique Böhm, Frederico Landmeier, Jacó Schüler, Frederico Hunsche, Adão Fernsterseifer, Henrique Gödtel, Cristiano Schmitt e Frederico Becker.
Ano de 1873: Frederico Kich.
Ano de 1874: Carlos Surkamp, Henrique Zimmermann, Guilherme Dickel, Pedro Schneider, Luiz Diedirich e Abrão Bohnerberger.
Ano 1875: Jacob Elicker, Guilherme Kilpp, Pedro Kilpp, Germano Cord, Augusto Böhm, Jacob Röhrig, Francisco Gok, Francisco Götzen, João Hüther, Henrique Britcki, Guilherme Brune, Jorge Trieweiler, Rudolfo Dahmer e Margarida Ludwig.
Ano de 1876: Jacob Born e João Schröer.
Ano de 1877: Henrique Ritter, Jacob Feldens e Carlos Krieger.
Ano de 1878: Júlio May, Nicolau Heller, Pedro Michel e Plilippina Schneider...
Os estudiosos, na genealogia e história familiar, poderão encontrar a relação dos antepassados e patriarcas. Os bravos, na andança das paisagens, iniciaram no sangue e suor a conquista. Os nomes, nos alicerces familiares, perpassam seguramente na amnésia.


(Guido Lang, Fragmentos da História Colonial, novembro/2015).

Crédito da imagem: https://www.youtube.com/watch?v=6ajBprPpPS8&noredirect=1