sábado, 24 de agosto de 2019

O espaço privilegiado

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O rural, no contexto da propriedade, aproveitou espaço avantajado. O ambiente, em singelo cerro, sobrevinha na iluminação solar privilegiada. Os primeiros aos últimos raios, na sucessão dos dias, sucediam  em bênção no lugar. A morada, na orientação dos antigos, viu-se erguida na recomendação. Quaisquer habitações, em iluminadas e ventiladas, trazem bons agouros. O astro rei, na natureza, sobrevém no melhor desinfetante. Os micróbios, em causadores de patologias, acorrem inibidos. As abelhas, em cachopas no forro, instalavam-se nas precoces horas. A conduta, na vivência milenar, ratificou ambiente excepcional. Os ocupantes, em gerações, estiveram imunes a maiores infestações e pestes. Achar um recanto especial para habitação sucede em um abençoado tesouro.

Guido Lang
Ciências dos Antigos

Crédito da imagem: https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g6936408-d4187275-i170921683-Pousada_Casa_da_Colina-Maringa_Visconde_de_Maua_State_of_Rio_de_Janeiro.html

A extensão dos ganhos

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O cliente, instruído na ciência econômica dos antigos, edificou morada.  O ente, tendo esposa e filho, precisou de dois quartos na casa. Este, na aversão do desperdício e ostentação, construiu o estritamente necessário. A economia, em material e trabalho, possibilitou mais reservas (na manutenção e tributação). O idêntico, na compra do veículo, sobreveio nos trâmites. Um modelo, no popular, atendeu suas necessidades de circulação. Os custos, na manutenção, sobrevieram no menor ônus. A estabilidade, na modéstia, sucedeu em tranquilidade. Os dispêndios, sob controle, descrevem sabedoria financeira.

Guido Lang
Ciência dos Antigos

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O dono da razão

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Os antigos, nas ocorrências das linhas/outrora picadas, contam história da azarada senhora. Ela, nos relatos da tradição oral, mantinha deveras azar com maridos. Esta, na trajetória da essência, enterrou quatro maridos. O quinto, em pretendente de companheiro, “correu da raia no pé frio” (numa maior relação íntima). O infortúnio, em transcorrido meio século, ficou na penumbra. As reformulações, em cemitério comunitário, requereram abertura de tumbas. O trabalho incluiu no par de parceiros. Os crânios, no furo de preguinho no osso traseiro, revelaram assassinato. A ente, no sono, dera jeito de executar obra macabra. A assassina, na Justiça, prestou pena a consciência e Criador. O tempo, na verdade dos fatos, costuma ser o dono da razão. As mentiras carecem de ser eternas.

Guido Lang
Ciência dos Antigos

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quarta-feira, 14 de agosto de 2019

A mãe da engenhosidade

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O colonial, na formação escolar, manteve parcos anos de escola primária/rural. As noções básicas,  em matemática e português, foram assimiladas no "tranco" (no contexto da fala familiar no dialeto). O  professor, no rigor da instrução germânica, "enfiou números goela abaixo". O ente, em Lothário Lang (1927-1990), desmontou um chiqueiro e paiol. O prático, na tarimba da força braçal, mostrou habilidade ímpar. As peças, em centenas e no progressivo, sobrevinham numeradas (no conjunto). A remontagem, em novo espaço da propriedade, sobressaiu numa facilidade. O rural, em carpinteiro improvisado, parecia dar aula aos peritos do ofício. A praticidade, em exercício,  sucedia em aparência de "faz de tudo" ("marido de aluguel"). As dificuldades, em contratações, sobrevinham  no esteio da própria execução. A necessidade, na falta de grana, costuma ser mãe da engenhosidade.


Guido Lang
Crônicas das Ciências dos Antigos

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A maior burrice

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A beltrana, na velhice, paga "pato" da ingenuidade da adolescência. Ela, na imprudência, arrasta-se pelas clínicas e consultórios. A maturidade, nos sessenta anos, calha em conselho aos tontos. A explanação, em maior burrice da essência, foi ter alocado primeiro  cigarro na boca. As sequelas, nas necessidades de nicotina, acudiam no maior flagelo. A carreira, em fumante, significou autodestruição da saúde.  O lamento, no arrependimento, transcorreu na velhice. Se a lástima matasse ela estaria morta na certa. O princípio,  em querer estar na moda/moderna, conduziu num "presente grego". Os humanos, no conjunto dos semelhantes, prezam pela aceitação e reconhecimento. O ônus, nos absurdos e abusos da juventude, sucedem em dores na velhice.

Guido Lang
Crônicas das Vivências Urbanas

Crédito da imagem: https://oimparcial.com.br/

O Cachorro Raimundo

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A pergunta, em curiosidade comunitária e inútil, perpassou conversa dos varões. Eles, na "flor da idade", atentaram na formosura da afamada Rosalina. Ela, nas andanças,  fazia "parar o trânsito ". A cachorrada, em máscula, fazia fila para "avançar na fruta". Os convites e propostas, na tentativa da doação, foram infindáveis. A idade perpassou nos muitos amigos e conhecidos. O ocasional reencontro, num evento, levou na divagação. Quem deflorou a cobiçada moça? A maneira, em elucidar enigma, foi interrogar sensato ancião. Ele, em  talhado nas vivências de botequim, deu seu veredito. O "Cachorro Raimundo", em más línguas de "ferramenta de metro", convenceu do desejo carnal. As conversas, em bêbados, enfocam as mais esdrúxulas concepções e ocorrências. Alguém, nas notícias, sabe das transpassadas vivências.


Guido Lang
Crônicas das Ciências dos Antigos

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quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Nas trilhas dos antepassados

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Guido Lang

O Morro da Catarina, com altitude de 416 metros e localização no interior de Teutônia/RS, revela-se um patrimônio florestal e santuário ecológico ímpar.
A cobertura vegetal viu-se poupada da ganância colonizadora em função das dimensões dos prazos coloniais e elevação do terreno. Os lotes continham 150.000 braças quadradas, que, nos termos da Europa, era um latifúndio. Os pioneiros, como Wenzel Reckziegel, Joseph Tischer Senior e Júnior, Wilhelm Scharig, Franz e Stephar Tischer, Jacob Lang, Adolf Eggers, Wilhelm Jung, Claus e Heinrich Damann, Nicolaus Nielsen, Heinrich Hatje, August von Scheven..., trataram de devastar os vales e deixaram como reserva florestal as encostas dos morros. Eles certamente ficaram impressionados com a imensa Floresta Pluvial Subtropical, que ostentava centenárias e ímpares espécies de árvores. Uma riqueza, entre outras, de açoita-cavalos, angicos, cabriúvas, camboatás, canelas, canjeranas, cedros, coticeiras, figueiras, gerivás, grápias, guabirobas, guajuviras...
Inúmeras picadas, abertas a base do facão e foice, sucederam-se para conhecer o tesouro vegetal, que cada dono ostentava. Estes caminhos, de alguma forma, preservaram-se e permitem retomada. O forasteiro ou morador, na atualidade, incursiona trilhas, quando maravilha-se com a exuberância da vegetação, diversidade de vida, tamanho de troncos... O aventureiro tem a noção de retornar aos primórdios da colonização alemã, quando a floresta, com seus animais, era a real proprietária do espaço.
Exemplares raros e volumosos troncos sobreviveram à hecatombe da extração. Umbus abrigam seres no interior dos ambientes secos. Salientes cipós, com tamanhos de arbustos, entrelaçaram-se entre galhos e troncos. Vertentes brotam para iniciar regatas do curso do Arroio Boa Vista e Arroio Vermelho. Um tapete de folhas, em decomposição, realimenta a fertilidade do solo. As sementes, em meio à umidade, germinam para fazer desabrochar a vida. Cantos, de infinidade de seres, espalham-se pelo cenário nativo...
Os proprietários, herdeiros dos patriarcas, preocupam-se em manter intacto o ambiente, que, com o abandono dos minifúndios (com o cultivo de culturas anuais), vê-se rejuvenescido com o acréscimo de áreas. Os matos, do Morro da Catarina, provavelmente ostentam-se como a maior “Floresta de Teutônia/RS”, quando, como herança aos sucessores, é uma espécie de “parque natural privado”.

* Proibida à reprodução do conteúdo sem a menção do nome do autor do texto. 
LEI N° 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.

Crédito da imagem: https://www.infoescola.com/geografia/clima-subtropical/