Imagem da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil Betânia, na Boa Vista, em Teutônia/RS.
Vista a partir do Morro da Capivara.
A pacata Boa Vista
Fundos/Teutônia/RS – Brasil, incrustada entre morros e vales, parece um torrão
qualquer no contexto da sua abundante vegetação. A exuberância das plantas
revela a fertilidade do solo, que, num compasso de tartaruga, foi conquistada à
plantação e criação. As gerações de colonizadores, de cinco a sete, extraia o
fruto da terra à sua subsistência (conforme as necessidades de época e
morador).
O solo, com sua efetiva
ocupação, revelou sua diversidade e uma riqueza ímpar. As encostas, das
elevações da Linha Capivara, Catarina e Germana (ambas localizadas em
Teutônia/RS), revelaram sua excepcionalidade de saibro. Este, na sua diversidade,
aflora ao longo de estradas e lavouras, quando chega-se ao subsolo. Alguma
aração ou campina, a todo instante, descobrem faces deste manancial, que, de
forma esporádica ao longo de décadas, viu-se extraído para aterros de caminhos
e pátios. A improvisada pavimentação facilitava caminhadas e tração animal no
interior das propriedades minifundiárias. As saibreiras, em cantos e recantos
de estradas, viram-se instaladas, que tornaram-se fornecedoras de
matéria-prima.
As municipalidades, de
Estrela/RS e de Teutônia/RS, cedo descobriram os potenciais de saibro, quando
partiu-se à extração mecânica. Um batalhão de máquinas, num aparente depósito
ou comboio em trabalho, movimentava cargas e mais cargas, quando o produto
via-se elevado aos quatro quadrantes da circunvizinhança. Inúmeros aterros, de
moradias e sociedades, possuem “fragmentos da localidade”, que ostentam
“centelhas do sagrado solo”. Várias saibreiras, entre outras, surgiram em
propriedades, no que, como exemplo podemos citar os de Annildo Birkheuer,
Annilda Strate Lang, Délio Bayer, Elmo Schäefer, Erno Petry, Raimundo Bayer,
Selvino Tiggemann...
Magníficas reservas
escondem-se nas encostas em meio ao mato verde, quando, nalgum futuro, acabarão
ceifadas. Inúmeras áreas erodidas, no desleixo e ganância, revelam o descaso do
pós-extração, quando evitou-se a tarefa de cobrir o cenário, com alguma argila
ou húmus, com vistas de regenerar o lugar. A mãe natureza, numa “paciência de
Jô”, vem levando décadas para reintegrar o ambiente, quando unicamente ficam
esparsos sinais e reminiscências desse tesouro natural.
Guido Lang
Jornal O Eco do Tirol, p.03, edição 42
05 de outubro de 2005
05 de outubro de 2005
Crédito da imagem:
http://olhares.uol.com.br/morros-de-teutonia-foto2560152.html
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