terça-feira, 29 de setembro de 2015

Colônia Teutônia: Fases da Colonização


O processo de ocupação da Colônia Teutônia, em termos gerais, ocorreu em três etapas. Esta realidade, a partir dos livros de colonização e registros de imóveis, lê-se nas entrelinhas da história regional.
O primeiro período, entre os anos de 1862 a 1868, registra a chegada e instalação dos primeiros elementos europeus. As picadas ocupadas situaram-se a margem esquerda do Arroio Boa Vista (afluente do Taquari). As terras mais planas da colônia particular (dividida em seiscentos prazos). As localidades da Germana, Glück-auf (Canabarro), Boa Vista e Nove Colônias foram o início da empleitada. Alguns lotes, nesta época, já foram comercializados na margem direita. Os colonos advindos das velhas colônias (Colônia Alemã de São Leopoldo) dominaram o espaço. A propaganda da fertilidade do solo e abundância de madeiras foram causas de afluxo de pioneiros. Vários, como descendentes dos primeiros imigrantes (primeira e segunda geração), afluíram em função da procura de novas terras. As comunidades constituídas, de maneira geral, eram mistas; incluía imigrantes e teuto-brasileiros. As famílias, entre outras várias, foram Arnt, Dickel, Grabe, Güntzel, Lautert, Hachmann, Heinrich, Röhrig, Schüle, Streher...
A segunda, de 1868 a 1875, ultrapassou o Arroio Boa Vista, isto é, abrangeu as terras situadas a margem direita. As picadas Franck, Welp, Clara, Schmidt, Neuhaus e Catharina (parte) viram-se desbravadas. Os pioneiros foram teuto-brasileiros e as famílias iniciais de westfalianos. A ocupação revelou-se rápida, isto é, em menos duma década a área toda viu-se  habitada. O tamanho dos prazos coloniais ficaram menores (entre oitenta a cem mil braças quadradas) e as terras começaram a ficar acidentadas. Salientaram-se, entre outras famílias, os Franck, Beckmann, Genehr, Geisel, Landmeier, Lang, Hattje, Kich, Eggers, Hunsche, Zimmermann, Loose, Jasper, Strate, Schröer, Schonhorst...
A última, entre 1876 e 1885, englobou a área norte da Colônia Teutônia. Os lotes acidentados na encosta do planalto, portanto, mais difíceis às atividades primárias. Os pioneiros, em poucos anos, fizeram “um milagre westfaliano” em criações e plantações. As picadas Moltke, Köln, Berlim, Krupp, Bismarck, Arroio da Seca, Frederico Guilherme, Horst e Silveira Martins foram criadas. A colonização de westfalianos tornou-se a dominante e o dialeto do sapato de pau predominante. Os obstáculos, entre morros e vales, foram vencidos de forma persistente e tenaz. Os prazos coloniais mantinham tamanhos menores (em média de cinquenta mil braças quadradas). Os nomes das localidades, em boa parte, ligaram-se a unificação alemã. A área abrange partes dos atuais municípios de Imigrante, Teutônia e Westfália (ambos no RS). As famílias, entre outras, foram os Ahlert, Horst, Lutterbeck, Lindemann, Markus, Pott, Goldmeier, Spellmeier, Krabbe, Wilsmann, Brune, Brinckmann, Lagemann...
Teutônia, graças à ânsia de terras aráveis, foi um sucesso precoce da colonização. As férteis terras, em poucos anos, trouxeram cenários assemelhados a velha Alemanha. A fartura alimentar, com produtos de subsistência, trouxeram uma nova realidade produtiva no cenário provincial. Um lugar de geração de riquezas ímpares nas terras brasileiras e posterior exportação de pioneiros a outras plagas nacionais.


Fonte: Guido Lang. O Informativo de Teutônia n° 15, dia 04.11.1989, pág. 02 (texto reescrito).

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