segunda-feira, 4 de julho de 2016

O brioso subterfúgio


O imigrante, no começo da colonização, reparou dificuldade. A selva, no recebido lote, caía na conquista. A faina, no completo, calhava nos quefazeres. Os começos, no auxílio de apetrechos manuais, perpassavam “na mão na frente e na outra atrás”. A força física, na ciência e paciência, acorria na atuação e distinção. A tradição oral, na instituição do inicial pastorado, apresenta “valiosa pérola”. O forasteiro, no ofício, reparou “enigma de auferir oportuno pão”. A saída, no paliativo, consistiu no recorro ao subterfúgio. O meio, na desassistência religiosa, foi “alocar Bíblia embaixo do braço”. Os batizados, consórcios, funerais e pregações, no retirado das casas, foram inventar ofícios. Os ganhos, em modestos afagos e pagos, adotaram obtenção. O preceito, na encanecida instrução, calha na inteligência. O sujeito, na “fácil grana e ligeira fortuna”, propaga confiança divina. A subsistência, na alocação do sobre-humano, assenta algibeira e mesa. O preguiçoso, no mínimo empenho, atina meio de auferir sustento.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.ultracurioso.com.br/

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