quarta-feira, 22 de abril de 2020

A GRANDE SURPRESA


Guido Lang

O moço colonial, em “pé rapado”, enamorou-se da elegante moça da cidade. Ela, em boa morada e cotejada a centenas, ganhou inesperada visita na frente do portão. O rapaz, na modesta bicicleta, externou proposta de galanteio. O intento, em namoro, viu-se no pedido. A resposta, na imediata irreflexão, foi o categórico “não”. O jovem, com o “rabo no meio das pernas”, tomou seu rumo ao trabalho. O propósito, na adversidade do amor, foi dedicar-se ao estudo e labor. A obsessão, em melhorar status, absorveu energias e tomou o tempo. Este, em sensata ocasião, inscreveu-se em afamado concurso e foi aprovado em destaque. Os auferidos, no serviço público, permitiram ganhar capital e instituir sólida empresa. Os assalariados, no variado, candidataram-se às vagas ao emprego. A moça, agora senhora, inscreveu-se para um posto. A escolha, em empregada, fez conhecer seu dono. A surpresa foi de fazer cair o queixo. Os contratados, em conversa informal, tiveram acesso ao proprietário. O antigo pretendente era agora seu patrão. O dono, no instante, reconheceu a beltrana e fingiu desconhecer transcorrido. A vida, em reviravolta, pregara uma esdrúxula peça. Procure, nunca dizer, “desta água eu não bebo”: eu posso pretender não beber. Avalie os semelhantes pelo caráter/qualidades e não pelas aparências e belezas. 

*Livro: Histórias Coloniais

* Edição: Júlio César Lang

* Crédito da imagem: https://amenteemaravilhosa.com.br/9-conselhos-superar-crise-no-relacionamento/

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