As edificações, em encanecidas casas, acorrem na demolição e suspeita. O aluga-se e vende-se, em anos ou meses, mantém-se afixado (nas placas de anúncio). Os interessados, em clientes e locatários, evadem das ocupações. A ressalva, em prédios velhos, nutre receios e superstições. O patrimônio, em ínterim do tempo e vaga, deteriora-se nas intempéries. O enigma, em “acobertado instituído”, liga-se nas energias negativas. Os recintos, em interiores, semelham abrigar almas. Os verdadeiros construtores e ocupantes, em vida útil, descansam nos sepulcros (dos campos-santos). Os casuais noveis ocupantes, em convívio nos interiores, abstraem bizarros ares e enxergam vultos. A realidade, em inúmeras habitações, se junta no intento das demolições. A funcionalidade, em frente às novas tecnologias, torna onerosos acréscimos e reformulações. A especulação imobiliária, em transações, vislumbram em geral os lugares. O velho, em espaço urbano, descreve noção de atraso e ônus do restauro.
Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”
“Histórias do Cotidiano Urbano”
Crédito da imagem: http://bagagemclandestina.blogspot.com.br
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