O educandário, no situado
do núcleo colonial do encontro da estrada geral da Boa Vista Fundos/Teutônia/RS
– acesso às linhas Catarina, Germana (Fundos) e Boa Vista (Meio), integra biografia
de centenas de evadidos e residentes. O ensino-aprendizagem, no decurso das
décadas, exteriorizou arrojo e ciência dos habitantes. O registro, na classe de
ex-aluno (1966-1972), visa eternizar memória comunitária.
A história, nas ocorrências
relevantes, minuta passagens. O preceito de mutirão, na crônica das Memórias de
Jacob Lang Filho, edificou módica sala. A paragem, na época Picada Catharina
(na conexão dos fundos da Picada Boa Vista), foi colonizada em 1872. Os
pioneiros, na nota do Livro da Colonização, foram Jacob Lang, Friedrich
Kussler, Adolph Eggers, Jacob Dockhorn, Adam Eckert, Peter Hatje, Heinrich
Damann, Claus Damann, Nicolaus Nielsen, Heinrich Hatje, Wilhelm Jung, Mikael
Behrs, Heinrich Week, August von Scheren/Schewen... A escolinha, no centro
colonial, viu-se edificada no ano de 1874. O colono e morador August von
Scheren, na laia de antigo capitão de navio e instruído na língua nata, foi instituído
docente.
Os professores, na subsequência,
foram August von Scheren (1874-....), Gustav von Grafen (....-....), Heinrich
Friedrich Wilhelm Sommer (1909-1917), Heinrich Dreyer (1918-1927), August Krützmann
(1928-1930), Reinhold Antoni (1931-1938), Raimundo Brackmann (1939-1940), Werno
Dreyer (1941-1942), Helmuth Kilpp (1943-1949), Erno Driemeyer/professor
auxiliar (1948-1949), Edgar Wiebusch (1949-1970), Rejane Maria da Silva (1971),
Leunira e Renata Morchbacher (1972), Maria Noemi Dietrich Blömker (1973-1985),
Maribel Bayer Althaus (1986-2015).
Outras referências,
na história, alistam-se no primeiro prédio de madeira e no segundo que foram
edificados em pedra de arenito. O construtor, na casta de morador, foi Jacob
Kettermann. O educandário viu-se escola particular (1874-1965) e municipal
(1966-2015). A administração Elton Klepker/Silvério Lüersen ampliou prédio e investiu
em telefonia. A Internet, na onda globalização, adveio em 2005... O ensino, no
idioma em português (em avaria do alemão), implantou-se em 1939 (período da
nacionalização e perseguição do Estado Novo).
A designação original
fora Escola Particular da Linha Catharina (razão de confusão na idêntica na Linha
Catarina). A denominação, na nacionalização, mudou para o patrono Andrade Neves
(referência ao brasileiro ilustre José Joaquim Andrade Neves – militar e herói
da Guerra do Paraguai). A instituição mantenedora, por bons anos, via-se a
Sociedade Escolar Evangélica Três de Julho. Os conteúdos, no período de
1874-1936, eram na base dos cálculos (práticos), leitura e escrita.
As disciplinas, em
boletim/ano letivo de 1944, incidiam em comportamento, atenção, aplicação,
ordem, contas, leitura, português, gramática, civismo, geografia, caligrafia, ortografia,
desenho, canto, ginástico e redação. A avaliação, em boletim/1971, era
comportamento, aplicação, ordem, linguagem, matemática, estudos sociais,
ciências naturais, religião, educação moral e cívica. Os castigos corporais, na
força da palmatória, reguada e sovo, foram abolidos na prática educativa na mestra
Rejane Maria da Silva (1971).
A escola, no mérito,
educou o conjunto dos membros das jovens gerações. Os alunos, nas iniciais
décadas, abarrotavam a sala. A realidade, na queda da taxa de natalidade das
famílias e migração campo-cidade, ostenta-se exclusiva dezena de colegiais. O
evento anual, na máxima expressão, mantém-se no Pinheiro de Natal. Os
educandos, na ocasião exclusiva, conseguem reunir o conjunto de residentes (em
torna das apresentações teatrais). Segue, na odisseia da linha, gloriosa sina
Escola Municipal Andrade Neves.
(Guido Lang, Fragmentos da História Colonial, novembro/2015).
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