quinta-feira, 30 de junho de 2016

Os frutos da locomoção


O residente, no ardor da mocidade, circulou no barulhoso e apressado das conduções. As baixadas e elevadas, no recanto das linhas, caíam na ativa circulação. A moto, no acentuado gosto e baixo custo, afluía no sinônimo de liberdade e paixão. O tempo, nas consequências, despontou nos acúmulos e proveitos. O condutor, na velhice, andou na complicada saúde e reflexo da perambulação. O corpo, no conjunto das articulações e membros da constituição, ressentia reflexos das intempéries. O decurso, no calor, chuva, frio, neblina e vento, manifestava-se nas aguçadas aflições. O espírito, no interior, procedia na agonia e desagrado. O esqueleto, no dolente, confluía no unido das partes. O remorso, no ditame dos filhos e netos, incidiu em abnegar da direção. As economias, no amontoado do decurso, sobrevieram no tratamento clínico. O arrependimento fraqueja na morte, porém debulha alma. A pessoa, na velhice, paga ônus das aberrações e loucuras da juventude.

Guido Lang
"Histórias das Colônias"


Crédito da imagem: http://motite.blogs.sapo.pt/
Imagem meramente ilustrativa.

O contrato verbal

 

O agricultor, no ajuste verbal, alugou desleixada área. O solo, no arável e plano, acorria escasso na linha. A compra, no caro maquinário, demandou espaço. A arrumação, na inovação de roça, caía em adubar chão, abrir passagem, arrancar tocos, extrair pedras, fechar buracos... A tarefa, na massiva mecanização, requereu relevante gasto e tempo. O estabelecido, em três anos de subsecutivo cultivo, acudia na cobertura das despesas. Os encargos, na alheia propriedade, afluíram na exclusiva conta do locatário. O proprietário, na valorização do imóvel (em terra arável e nobre), perpassou no troco. O comprador, no novo dono, alocou outro maquinário. O trabalho, na atinente área, assumiu imediato plantio. O arrendatário, na janela da própria residência, pode enxergar invasão. A solução, na avaria e raiva, foi “chupar no dedo”. A ceifa, na única safra, tinha transcorrido. Os afirmados, no instituído verbal, caem no precoce esquecimento. As pessoas, no dinheiro, despontam desonestas e injustas.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

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sábado, 25 de junho de 2016

A precipitada fogueira

fogueira de sao joao[1]

O camponês, no elegante e elogiável gracejo comunitário e religioso, procurou inovar nos caprichos das comemorações. A fogueira, na festa junina (escolar), faria diferença e referência na linha. O colonial, no duro trabalho braçal (na ajuda de bois e carroça), compôs dois dias subsecutivos de materiais. Os galhos, palhas e taquaras, na distância de aproximados dois quilômetros, incidiram no acúmulo e arrasto. A fogueira, na arrumação dos fundos da praça, adveio na judiada e obstinada faina. A constituição, no derradeiro aferro e apego, abonaria alegria e brilho festivo. A fogueira, no disposto, auferiu conto e enredo. O nativo velho, no “metido a gambá” (alcoólatra), alocou chama na camuflada e prematura ação. O público, no entardecer, faltara na acolhida e inauguração. O bisbilhoteiro, no baque, deu “no pé”. O construtor, na exaltação, exteriorizou anseio de “constituir asneira”. Os enfadonhos, em múltiplos lugares e situações, subsistem em “estraga prazer”.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

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terça-feira, 21 de junho de 2016

Os impresumíveis alentos



A família, no ambiente das criações (da propriedade), acudia no extraordinário animal. O novilho, no padrão de varão, caía no atributo e beleza da natureza de zebu. O boizinho, na achegada das visitas, incidia no centro das atenções e conversas. A ocorrência, em apropriados meses, adveio na expressão de amigos, estranhos e vizinhos. O animal, na economia de energias (em função do abundante trato), foliava no manejo e potreiro. Os exageros, no modesto tempo, acarretaram insonhável prejuízo. O bovino, no auferido achaque, feneceu em comer e defecar nas precisões. A morte, em meio aos apelos das soluções veterinárias, ocorreu no episódio. A necropsia, na aclaração do enigma, despontou amarração nas tripas. Os impresumíveis alentos, na força dos enciumados olhares e ponderações, avigoraram malvados agouros. Os exageros, em comentários e divulgações, brotam em sinistros presságios. A discrição, nos afazeres e negócios, avigoram os apropriados ares.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

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O fogão campeiro


A acomodada dona-de-casa, na essência da cozinha e linha, construiu aspirado fogão campeiro. O artefato, no contraído industrial, adentrou na aposentadoria e remoção do lugar. O pedreiro, no amplo entendedor do artifício (alcunha de “Cricri”), viu-se acordado no serviço da edificação. A peça, no amplo e funcional, acalora clima. As lenhas, em variadas dimensões e grossuras, acabam inseridas na combustão. As águas, na infusão, mantém umidade da atmosfera. Os alimentos, no cozido do ardor natural, elevam-se no sabor. A cozinha, nas cercanias do fogo, advém no assento da friagem. As conversas, nas afluências informais, esquadrinham ocorrências e vivências. O rústico, no epílogo, incide na economia e funcional. As pessoas, no interior, olham pela simplicidade e praticidade. A alegria, nas ambulações, sobrevém no livre-arbítrio: “Os rurais despontam em donos do próprio nariz”. A fortuna, no corriqueiro, transcorre na condição de espírito e expressão.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

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O alastrado desperdício


O filho das colônias, nas perambulações urbanas, reparou gama de espaços. Os terrenos, em baldios e vazios, acodem no saliente número. Os imóveis, no ambiente urbano (regional), afluem na cadência de expectativa. A valorização, na agiotagem imobiliária, acerta na exploração e negócio. O curioso, no desperdício de propriedades, ocorre na chance de produção. A agricultura, no exemplo da jardinagem, poderia ser constituída na ativa maneira. As hortas e pomares, na razão do auto abastecimento ou suplemento familiar, poderiam gerar dividendos e serviços. Os donos, na falta de ciência e precisão, procedem no descaso. Os despossuídos, na falta de capital e incentivo, igualam-se na apatia. O país, no abonado solo, faz marasmo no possível. Os despejados, na inclusão, fixariam ocupação e plantação. O interesse, na simples precisão, acode na fácil aquisição. As megalópoles, na sensata altura das conurbações, obrigam-se na revisão das produções e tradições.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

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O indiscreto palavreado


Os antigos, na circunstância das colônias, nutriam curioso palavreado. O alegórico sentido, na expressão vulgar (dialeto Hunsrück), caía no feitio das ressaltadas barrigas. Os varões, na acentuada pança, acudiam no vulgo de “barriga de melancia” (na atual designação cai em “barril de chope”). As mulheres, na extensão de expansões/gravidez, largueavam entranhas. O pejorativo, na “calúnia de bastidor”, sucedia na “ingestão de mandioca brava” (aipim xucro). As grávidas, no presente, acorrem na atribuição chula de “prenhas”. A migração campo-cidade, na afluência de mutações de épocas e gerações, regeu na proscrição dos termos. As memórias, na extinção das envelhecidas ascendências, conservam-se ativas (apenas nos recantos das linhas). A capacidade, na imputação das expressões, expõe ciências e cosmovisões. As gerações, nos ambientes e experiências, transcursam em sabedorias. A linguagem, nas entrelinhas do informal, transcorre na baixa abordagem da bibliografia.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

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domingo, 5 de junho de 2016

As primazias nas melhorias


O filho das colônias, no alojado urbano, adquiriu chácara. O encanto, na essência do interior, induziu no regresso às origens. O retorno, nas manhas do campo, deparou na série de avanços. A técnica, em herbicidas, maquinários e sementes, decorreu no parco tempo. A revolução agrícola, na ausência, fluiu na paragem. A ação, na velha propriedade minifundiária de subsistência, obedeceu ao ardil da qualidade de vida. Os investimentos, em plantios e reformas, acorreram na ação e noção. Os artigos, no consumo, fluíram na autoprodução. A apreensão, na abstinência de agrotóxicos, adotou primazia. A faina, na atividade, sucedeu em específicos itens. O exemplo, entre vários, foram abelhas, carnes, frutíferas, legumes, madeiras, peixes... A faina, no cultivo do oportuno alimento, assistiu-se em distração e ganho. O modelo urbano, no descomunal artificial, acode em anomalias de condutas e preceitos. O segredo, no sucesso existencial, consiste em fluir no rumo dos desígnios naturais.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

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A reversão do infortúnio


A família rural, na malfadada migração campo-cidade, adentrou no quadro de falência. Os inquilinos, na locação em companhia (propriedade minifundiária de subsistência), criaram “campo arrasado no domínio”. Os cultivos, no usual, deixaram da ocorrência. As criações, em animais, deveram na reprodução. A capoeira, no plantio, abrigou-se nas áreas... O ajustado, no contrato, foi literalmente descumprido. O negócio, em quatro anos de ausência, deparou-se no caos. Os filhos, na pobreza, apresentaram-se raquíticos. O casal, na laia de progenitores, acorreu no acalorado e constante trabalho. As folgas, em meses, viram-se puramente abolidas. O lugar, em cultivo, foi restaurado. As criações, no consecutivo, viram-se expandidas. Os arvoredos, em frutíferas, foram asseados...  A lida, na diligência, reverteu desdita. A fantasia, em créditos, exigências e lamúrias, acabou rejeitada. A execução, no contrato na Justiça, eliminada na querela. O trabalho, nas desgraças, cria assombros das farturas e melhoras.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

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sábado, 4 de junho de 2016

O porco no chiqueiro


O sossegado lavrador, no perdido da linha, exteriorizou comparativo e sabedoria. A velhice, na cancha, instruiu sensatos artifícios. Os episódios, no horror da política, externaram prática. Os noticiários, no alistado das ocorrências (domínios das repúblicas), ensinaram lição sobre governantes. O embuste, no comparativo de criador de porco, exteriorizou ímpar pérola. A exposição, no exímio criador, foi: “Os altos cargos, na administração governamental, assemelham-se ao estabulado porco no chiqueiro. O animal, no manejo, entra magro no espaço e sai, na comilança, gordo do recinto”. A definição, na figura de linguagem, descreve: O sujeito, na condição de político, adentra despojado nas instâncias e sai, na gerência, enriquecido da experiência. O tráfico de influência, na ciência dos caminhos do poder, rola amplo nos exercícios dos empenhos. A putrefação, em Estados latinos, parece impregnada na cultura popular. As regalias, nas gratificações, instituem primazias nos acolhimentos e ofícios.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

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A discreta mudança


A habitante, no silêncio da noite, tomou os rumos da estrada. A mudança, na migração campo-cidade, mostrou-se apressada e repentina. Os parentes e vizinhos, na surpresa, ficaram atônicos no comportamento. A realidade, no usual dos moradores das colônias, transcorre na limpidez do tempo. A evasão, no escamoteado, descreveu duvidosa e escusa índole. Os artigos, em variados conjuntos, acabaram extraídos e levados. A discrição, no excessivo procedimento, esconde escusos negócios. As pessoas, na elegância e integridade, procedem no feitio aberto e cristalino. A sicrana, na enviuvada senhora, ratificou encanecida suspeição. A cobiça, no consumo do desatento suor, sobrevinha na obsessão e riqueza. O caráter, em romper contrato, retificou-se na envelhecida suspeita. Os estranhos, na explanação do transcorrido, pareciam escutar lorota. Definidos tolos, na insignificância, costumam emporcalhar brioso sobrenome. As pessoas, no tempo, revelam caráter.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

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