Guido Lang
Os pioneiros, em “inço importado da Europa”,
descansam nas cinzas dos cemitérios. Eles, nos primórdios das instalações das
propriedades, labutaram no manejo das pedras. Os cercados, em potreiros, ganharam
centelhas das fortalezas. O trabalho, no judiado e paciencioso, consistiu em
quebrar unidades de pedras grês. As peças, arrastadas ou carregadas no “muque”
(na força física), foram divisadas no espaço. Os cercados, em forma de curais,
abrigavam “bicharedo” das propriedades. Os animais, em aves, bovinos e suínos,
circulavam soltos pelos cercados. O curioso, ao estudioso, liga-se ao estudo
dos encaixes. As pedras, em graúdas ou miúdas, ganharam empilhamento detalhado.
A altura, em média de um metro e vinte centímetros, abrigou as sólidas no
externo da base e as pequenas no interior da construção. A obra, nas cercas de
pedras, parece desafiar os desígnios do tempo. O labor, no interior de inúmeras
linhas, descreve os vestígios de uma civilização. O apreciador, nas entrelinhas, aprecia a ciência e espírito.
Livro: Ciências dos Antigos
Crédito da imagem: https://www.portaldasmissoes.com.br/site/view/id/1423/cerca-de-pedra-da-epoca-dos-escravos.html
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