Guido Lang
A sabedoria popular atribui a Pedro, discípulo de Jesus, a sublime missão de coordenar o tempo. Conta-se que São Pedro, como novo santo, recebeu a nobre tarefa do Deus Pai, quando este, após o seu martírio, “achegou-se aos céus”.
Este, como alma boa e inexperiente na sublime missão, resolveu dar ouvidos, nos primeiros trabalhos, aos interlocutores humanos. Procurou ouvir as pessoas sobre seus desejos das condições meteorológicas, quando almejava atender a inúmeras perspectivas. Na tradição oral afirma-se “atender a gregos e troianos”.
As pessoas cedo deixaram São Pedro atordoado. Algum pediu chuvas; muitos, tempo bom; outros preferiram dias nublados... Estabeleceu-se uma confusão generalizada, quando havia chuva, tempo bom, dias nublados... Os humanos também deram-se por insatisfeitos e os mais inconvenientes rogaram pragas.
São Pedro, diante da bagunça, pediu conselhos ao Criador, que lhe sugeriu seguir a velha sina. Este, de maneira geral, descreve desígnios inimagináveis sobre o estado da Mãe Natureza, quando a pequenez humana, com todos os artefatos científicos auxiliares, incompreende as oscilações climáticas. As previsões e profecias são muitas e variadas, porém o tempo não segue o rigor dos propósitos humanos.
São Pedro, alheios aos clamores, elogios e lamúrias, procura cumprir sua tarefa, que segue os critérios naturais da Terra. Os homens precisam aprender a adequar-se e prevenir-se da Mãe Natureza e não querer enquadrá-la nos seus caprichos. Enchentes e estiagem advirão e integram a sina da história geológica do planeta.
* Crédito da imagem: https://jornaldelaguna.com.br/festa-de-sao-pedro-2/