segunda-feira, 30 de maio de 2016

O pavor do lobisomem


A invernia, na demasiada umidade, origina intensa cerração. O vapor d’água, nas baixadas e vales, mantém cerradas as paisagens e visões. Os carvoeiros, na queima acirrada das lenhas (em fornos), instigam moléstias e temores. A fumaça, na mescla do prodígio humano e natural, cria cheiroso e tenebroso ar e negrume. O lobisomem, nas ambulações das retiradas linhas (Germana Fundos/Teutônia/RS e Linha Brasil/Paverama/RS), “entra no parafuso” e sufoco. A respiração, na imprudência, institui mal estar n’alma. O fator animal, na discreta e retraída criatura, altera psique. A atmosfera, nos devassados rumos (na contraída fuligem), induz na moléstia. A indisposição, na paragem, demuda gênios e impulsos. Os cães, na analogia canina, dobram-se no desenhado do pseudo-homem. Os alertas, nas incursões, conferem cochilo. O alvo, na carne e sangue, incide nos contratempos. A ficção, na anomalia da conduta, instituiu conto e mito. As pessoas, no sobrenatural, aferem bisbilhotice e receio.

Guido Lang
“História das Colônias”

Crédito da imagem: http://ultradownloads.com.br/papel-de-parede/Neblina-Tomando-a-Paisagem/

Nenhum comentário:

Postar um comentário